Às vezes estou no trânsito de São Paulo
parado, olho para os veículos que estão à minha volta e percebo como o mercado de
automóveis mudou nos últimos 15 anos. Nessa época, mesmo com as importações
abertas e várias marcas já instaladas aqui além das 4 grandes só se via nas
ruas veículos GM, VW, Ford e Fiat e alguns Renault e Peugeot.
Hoje não, a paisagem é complementada por Citroen, Honda, Toyota, Nissan, Hyundai, Jac, Kia, etc...e as cores que aos poucos estão indo além dos pretos e cinzas. Aí começo a pensar que enfim os brasileiros estão com a mente mais aberta e mais adeptos ao novo e a satisfazer seus próprios desejos e necessidades do que anos atrás onde carro de cor diferente, importado ou de marca novata era sinônimo de dor de cabeça e perda de dinheiro.
Me lembro bem, até pouco tempo atrás,certos modelos de certas marcas que não vou citar nomes só eram vendáveis quando Okm porque vinham cheios de equipamentos a preços convidativos mas na hora da revenda nem a própria marca queria pegar o carro na troca, além de outras situações como os carros populares com motor 16v que surgiram no fim da década de 90 e depois viraram “mico” na mão dos donos.
Nosso país em relação aos carros está ficando igual a Europa e EUA onde existem centenas de modelos de dezenas de marcas e todo os carros tem seu público. Só está faltando quebrar alguns paradigmas em relação a alguns equipamentos, cores e modelos e marcas para o brasileiro enfim ter a consciência de que carro não é investimento, é um bem de consumo e já que é pra ser usufruído que seja de meu gosto e não do gosto da pessoa que vai comprar ele quando eu for vender.
Por exemplo, o consumidor paga até R$ 3000,00 por um ar condicionado que na hora da revenda acresce em torno de R$ 700,00 no preço e que muitas vezes nem vai utilizar (ou porque com ar ligado o carro não anda, ou porque com ar ligado gasta muito ou porque tem rinite alérgica) porque alguém falou que aquele modelo usado sem ar não vende, ou então não compra aquele azul ou verde que ele adorou porque depois é “ruim de venda”, ou então paga até R$ 1000,00 por uma pintura metálica porque as opções de pintura lisa são preto (que de acordo com os “amigos palpliteiros” realça os futuros arranhões e é difícil manter limpo) e branco (que é cor de carro de frota) ou então vou comprar um carro desta marca e pagar R$ 2000,00 mais caro do que o equivalente de outra marca porque se quebrar as peças são mais baratas (ele já tem certeza que o carro vai quebrar).
Hoje
em dia, com a tecnologia aplicada na fabricação dos veículos e componentes e
com a engenharia brasileira já “doutora” em adaptar a mecânica às nossas
estradas e combustíveis de péssima qualidade, você não ouve falar mais de
lataria enferrujando, suspensão batendo, motor queimando óleo, motor rajando,
superaquecendo, então não tem porque preterir uma marca ou outra devido a resistência
do veículo, manutenção barata, etc... porque, salvo exceções, os carros de hoje
estão em nível de qualidade praticamente iguais, praticamente não dão
manutenção além das peças de desgaste natural (embreagem, freios, pneus,
filtros em geral). Outro fator que contribui para quebrar esses antigos
paradigmas é que a maioria dos consumidores abandonaram as feiras livres e estão
entregando seus carros na base de troca direto nas concessionárias, o que quer
dizer que ele vai perder dinheiro no seu usado independente da marca, da cor,
do modelo e do equipamento.
Enfim, o consumidor está aprendendo que é ele que dita as normas do mercado e as montadoras produzem somente o que vende, sendo assim está pensando mais em seu próprio gosto e necessidade na hora da compra e aos poucos fazendo valer dois velhos ditados “toda panela tem a sua tampa” e “mais vale um gosto que dinheiro no bolso”.
Enfim, o consumidor está aprendendo que é ele que dita as normas do mercado e as montadoras produzem somente o que vende, sendo assim está pensando mais em seu próprio gosto e necessidade na hora da compra e aos poucos fazendo valer dois velhos ditados “toda panela tem a sua tampa” e “mais vale um gosto que dinheiro no bolso”.
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