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8 de junho de 2012


30 ANOS DE VW PARATI...DO ESTRELATO AO ABANDONO.

 
    
  Nesse mês de junho, a VW Parati completa 30 anos ininterruptos de produção. Um veículo que nasceu  para ocupar a vaga deixada pelas bem sucedidas Brasilia e Variant e complementar a família Gol que já contava também com o sedan Voyage com o qual compartilhava além da plataforma, o motor refrigerado à água e o desenho dos faróis e grade dianteira.
  
 Foi objeto de desejo da juventude e da maioria das famílias  nas décadas de 80 e 90, graças ao seu design jovial e muito mais moderno do que a concorrência da época, bom espaço interno com um amplo porta malas e conjunto mecânico que além de ser robusto e de fácil manutenção  aliava bom desempenho e economia de combustível. 

 Graças a essas qualidades logo no segundo ano de vida se tornou líder disparado do segmento de peruas, chegou a ser exportada para os EUA em mesdos da década de 80 e só começou a ser incomodada pela concorrência em 1997 com o lançamento da Fiat Palio Weekend que logo tomou seu posto no ranking. Mesmo assim resistiu bravamente à concorrência de modelos bem mais atuais e das minivans nos anos 2000 graças à sua imagem sempre associada de alguma forma ao público jovem, reforçada pelas séries especiais que teve ao longo dos anos (PLUS, SURF, CLUB, ATLANTA, TRACK FIELD, CROSSOVER).

 
                                                                                                                               

   A sua última alteração significativa foi em 2005 quando foi lançada a geração 4 já como modelo 2006 e de lá pra cá não recebeu nenhum investimento significativo por parte do fabricante, que deu o golpe de misericórdia quando definiu não lançar uma Parati G5 e direcionar seus esforços para a prima Spacefox lançada em 2007.

 Hoje o modelo sobrevive  praticamente graças às vendas diretas (vendas direcionadas à empresas e órgãos públicos) que, de acordo com dados da Fenabrave no acumulado de janeiro a abril de 2012, as vendas no varejo representaram apenas 1,3% do total de seus 1251 emplacamentos. A Parati está só aguardando a montadora decretar seu fim e levará junto com ela para o túmulo o motor AP 1.6, último remanescente de uma família de motores que fez história.

 Em sua trajetória, o modelo passou por inúmeras mudanças na parte mecânica e visual mas mantém algumas características básicas desde seu lançamento como volante desalinhado em relação ao banco do motorista, motor longitudinal, calibragem da suspensão mais voltada  estabilidade do que ao conforto, assentos dos bancos baixos que passam a impresso de estar sentado no assoalho e simplicidade no acabamento embora de qualidade. O modelo já teve motores de diversas cilindradas e potências  1.5, 1.6, 1.8, 2.0, 2.0 16v, 1.0 16v e 1.0 16v turbo, sendo hoje disponível apenas o motor AP 1.6 TOTAL FLEX que só é produzido para equipá-la. 

 As gerações 

 Primeira geração ou "quadrada"

 O modelo foi lançado em junho de 1982 com carroceria de duas portas, motor  1.5  do Passat movido a gasolina com 78 cv SAE e cambio de quatro marchas nas versões de acabamento  S, LS e GLS. Dois meses após seu lançamento o motor 1.5 foi substituído pelo 1.6 MD 270 que gerava 96 cv SAE e foi lançada a versão movida à álcool com 98 cv SAE. Em 1985 ganhou novos parachoques , motor AP 1.6 e cambio de 5 marchas opcional. 



 Para 1987 ganhou sua primeira reestilização com novos parachoques, e novo desenho de grade e faróis, ganhou bagageiro no teto como opcional e a nomenclatura das versões mudou para C, CL, GL. No ano seguinte ganhou melhorias na parte interna como novo desenho do painel  sendo para as versões C e CL um painel de desenho mais simples e a GL com painel idêntico ao modelo exportado para os EUA e foi relançada a versão GLS com motor 1.8. Para 1990 passou a contar com motor 1.8 AP como opcional na versão GL e o motor 1.6 AP saiu de cena e foi substituído pelo motor  de origem Ford 1.6 CHT que foi rebatizado de AE (alta economia) o que gerou inúmeras críticas na época por parte da mídia especializada e consumidores. 

 Para a linha 1991 ocorre a segunda reestilização novamente nos faróis, grade dianteira e tampa traseira que ficou conhecida como “chinesinha” e todos os modelos passam a contar com parabrisa laminado.    
  
 Em 1993, para a alegria dos fãs, o motor AP 1.6 voltou a ser oferecido como opcional. Para 1994, a perua ganhou direção hidráulica como opcional para as versões GL e GLS e no ano seguinte o motor AE deixou de ser oferecido.


                                                 
                       
Segunda geração “bola”

   Em outubro de 1995, como linha 1996 surgiu a nova geração conhecida como “bola”. Ganhou desenho totalmente novo e  o interior também foi completamente reformulado, os motores passaram a contar com injeção eletrônica (multiponto no 2.0), passou a contar com freios ABS como opcional na versão GLSi, mas continuava com a mesma base estrutural  e carroceria de duas portas. Era ofertada nas versões CLi com motor 1.6 e 1.8, GLi 1.8 e GLSi 2.0.  Em 1997 os motores 1.6 e 1.8 passaram a contar com injeção multiponto, surgiu o motor 1.0 16v com 69 cv, foi lançada a versão esportiva GTI com motor 2.0 16v de 145 cv e no final do ano já como linha 1998 foi lançada a tão aguardada carroceria de quatro portas.


Terceira geração

   Em 1999, como linha 2000, foi apresentada a conhecida terceira geração da Parati que na verdade era uma reestilização da anterior mas foi considerada outra geração pelo nível das mudanças que traduziram num salto de qualidade de produto.   O painel de instrumentos foi totalmente redesenhado, foram introduzidos materiais de qualidade superior nos bancos e forrações, passou a contar com AIR BAG duplo como opcional, toda a parte dianteira, lanternas traseiras e parachoques também foram redesenhados. 

 Em 2001 ganhou melhorias no motor 1.0 16v e o motor 1.0 16v TURBO de 112 cv que aposentou o 1.6, parachoques e tampa traseira com novo desenho. O ano de 2003 foi marcado pelo lançamento da versão CROSSOVER (uma tentativa frustrada de combater o avanço da Palio Weekend Adventure), a extinção dos motores 1.0 16v e 1.0 16v TURBO e o retorno do 1.6 a gasolina e também com a pioneira tecnologia TOTAL FLEX.



Quarta geração

   Da mesma forma que a terceira geração deu um “up grade” na Parati em termos de qualidade, a quarta e atual geração que foi lançada em 2005 como linha 2006 (que também foi apenas uma reestilização) retrocedeu em termos de visual e acabamento. O painel ficou bem mais simples com saídas de ventilação redondas e quadro de instrumentos igual ao do Fox, as forrações das portas também no estilo Fox (puro plástico) e o visual da dianteira ficou de gosto duvidoso. 

 Foi lançada a versão TRACK FIELD que vinha com acabamento e visual exclusivos que saiu de cena em 2008 para dar lugar a série SURF que praticamente continha os mesmos equipamentos. No mesmo ano sai de linha o motor 1.8 e em 2009 chega a versão TITAN ,destinada ao público rural com suspensão elevada, rodas de aço aro 14” e pneus de uso misto. 


 Na linha 2013, o modelo está disponível nas versões SURF, TITAN e 1.6 mas só no catálogo porque achar qualquer uma dessas versões nas concessionárias é missão impossível, só se for por encomenda. Parati 2013 só se vê nas ruas trajada como viatura de polícia. 

 A Parati foi um marco na história da VW e com certeza quando forem desligados seus aparelhos será o fim de uma era (a era da linha BX e dos motores AP) e deixará saudades em muitos, principalmente em quem tem hoje de 30 a 40 anos e que quando era jovem com certeza sonhou em ter a sua Parati rebaixada, com rodas de liga e o seu motor AP “envenenado” com uma das milhares de opções possíveis.

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